Lei Serviço de Assistência Religiosa Forças Armadas

LEI SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA FORÇAS ARMADAS

LEI Nº 6.923, DE 29 DE JUNHO DE 1981

(…)

CAPÍTULO I

Da Finalidade e da Organização

Art . 1º – O Serviço de Assistência Religiosa nas Forças Armadas – SARFA será regido pela presente Lei.

Art . 2º – O Serviço de Assistência Religiosa tem por finalidade prestar assistência Religiosa e espiritual aos militares, aos civis das organizações militares e às suas famílias, bem como atender a encargos relacionados com as atividades de educação moral realizadas nas Forças Armadas.

Art . 3º – O Serviço de Assistência Religiosa funcionará:

I – em tempo de paz: nas unidades, navios, bases, hospitais e outras organizações militares em que, pela localização ou situação especial, seja recomendada a assistência religiosa;

II – em tempo de guerra: junto às Forças em operações, e na forma prescrita no inciso anterior.

Art . 4º – O Serviço de Assistência Religiosa será constituído de Capelães Militares, selecionados entre sacerdotes, ministros religiosos ou pastores, pertencentes a qualquer religião que não atente contra a disciplina, a moral e as leis em vigor.

Parágrafo único – Em cada Força Singular será instituído um Quadro de Capelães Militares, observado o efetivo de que trata o art. 8º desta Lei.

Art . 5º – Em cada Força Singular o Serviço de Assistência Religiosa terá uma Chefia, diretamente subordinada ao respectivo órgão setorial de pessoal.

Art . 6º -.A Chefia do serviço de Assistência Religiosa, em cada Força Singular, será exercida por um Capitão-de-Mar-e-Guerra Capelão ou por um Coronel Capelão, nomeado pelo Ministro da respectiva Pasta.

Art . 7º – As Subchefias correspondentes aos Distritos e Comandos Navais, Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Comando-em-Chefe da Esquadra, Comandos de Exércitos e Militares de Área, e Comandos Aéreos Regionais serão exercidas por Oficiais Superiores Capelães.

Art . 8º – O efetivo máximo de Capelães Militares da ativa por postos, para cada Força Singular, é o seguinte:

I – na Marinha:

– Capitão-de-Mar-e-Guerra Capelão…………………………………………

1

– Capitão-de-Fragata Capelão…………………………………………………

3

– Capitão-de-Corveta Capelão…………………………………………………

5

– Capitão-Tenente Capelão………………………………….. ………………..

8

– 1º e 2º Tenente Capelão……………………………………………………….

13

– Coronel Capelão……………………………………………………………….
(Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

1

– Tenente-Coronel Capelão…………………………………………………….
Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

8

– Major Capelão……………………………………………………………….
Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

12

– Capitão Capelão………………………………………………………………..
(Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

20

– 1º e 2º Tenentes Capelães…………………………………………………..
(Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

26

III – na Aeronáutica:

– Coronel Capelão…………………………………………………………
(Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

1

– Tenente-Coronel Capelão…………………………………………….
(Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

4

– Major Capelão……………………………………………………………
(Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

8

– Capitão Capelão…………………………………………………………
(Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

12

– 1º e 2º Tenentes Capelães…………………………………………….
(Redação dada pela Lei nº 7.672, de 1988)

20

Parágrafo único – O efetivo de que trata este artigo será acrescido aos efetivos, em tempo de paz, fixados em lei específica para a Marinha, Exército e Aeronáutica, respectivamente.

Art . 9º – O respectivo Ministro Militar baixará ato fixando os efetivos, por postos, a vigorar em cada ano, dentro dos limites previstos nesta Lei.

Art . 10 – Cada Ministério Militar atentará para que, no posto inicial de Capelão Militar, seja mantida a devida proporcionalidade entre os Capelães das diversas regiões e as religiões professadas na respectiva Força.

CAPíTULO II

Dos Capelães Militares

SEçãO I

Generalidades

Art . 11 – Os Capelães Militares prestarão serviços nas Forças Armadas, como oficiais da ativa e da reserva remunerada.

Parágrafo único – A designação dos Capelães da reserva remunerada será regulamentada pelo Poder Executivo.

Art . 12 – Os Capelães Militares designados, da ativa e da reserva remunerada, terão a situação, as obrigações, os deveres, os direitos e as prerrogativas regulados pelo Estatuto dos Militares, no que couber.

Art . 13 – O acesso dos Capelães Militares aos diferentes postos, que obedecerá aos princípios da Lei de Promoção de Oficiais da Ativa das Forças Armadas, será regulamentado pelo respectivo Ministro.

Art . 14 – O Capelão Militar que, por ato da autoridade eclesiástica competente, for privado, ainda que temporariamente, do uso da Ordem ou do exercício da atividade religiosa, será agregado ao respectivo Quadro, a contar da data em que o fato chegar ao conhecimento da autoridade militar competente, e ficará adido, para o exercício de outras atividades não-religiosas, à organização militar que lhe for designada.

Parágrafo único – Na hipótese da privação definitiva a que se refere este artigo, ou da privação temporária ultrapassar dois anos, consecutivos ou não, será o Capelão Militar demitido ex officio , ingressando na reserva não remunerada, no mesmo posto que possuía na ativa.

Art . 15 – Os Capelães Militares serão transferidos para a reserva remunerada:

I – ex officio , ao atingirem a idade limite de 66 (sessenta e seis) anos;

Il – a pedido, desde que contem 30 (trinta) anos de serviço.

Art . 16 – A idade limite de permanência na reserva remunerada, para o Capelão Militar, será de 68 (sessenta e oito) anos.

Art . 17 – Aos Capelães Militares aplicar-se-ão as mesmas normas e condições de uso dos uniformes existentes para oficiais da ativa de cada Força Singular.

Parágrafo único – Em cerimônias religiosas, os Capelães Militares deverão trajar seus hábitos ou vestes eclesiásticas, mesmo no interior das organizações militares.

SEçãO II

Do Ingresso no Quadro de Capelães Militares

Art . 18 Para o ingresso no Quadro de Capelães Militares será condição o prescrito no art. 4º desta Lei, bem como:

I – ser brasileiro nato;

II – ser voluntário;

Ill – ter entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;

IV – ter uso de formação teológica regular de nível universitário, reconhecido pela autoridade eclesiástica de sua religião;

V – possuir, pelo menos, 3 (três)anos de atividades pastorais;

VI – ter consentimento expresso da autoridade eclesiástica da respectiva religião;

VII – ser julgado apto em inspeção de saúde; e

VIII – receber conceito favorável, atestado por 2 (dois) oficiais superiores da ativa das Forças Armadas.

Art . 19 – Os candidatos que satisfizerem às condições do artigo anterior serão submetidos a um estágio de instrução e de adaptação com duração de até 10 (dez) meses, durante o qual serão equiparados a Guarda-Marinha ou a Aspirante-Oficial, fazendo jus somente à remuneração correspondente.

Parágrafo único – O estágio de instrução e adaptação deverá, obrigatoriamente, constar de:

a) um período de instrução militar geral na Escola de Formação de Oficiais da Ativa da Força Singular respectiva;

b) um período como observador em uma Escola de Formação de Sargentos da Ativa, da Força Singular;

c) um período de adaptação em navio, corpo de tropa ou base aérea, no desempenho de atividade pastoral, devendo ainda colaborar nas atividades de educação moral.

Art . 20 – Findo o estágio a que se refere o artigo anterior, os que forem declarados aptos por ato do Ministro da respectiva Força serão incluídos no Quadro de Capelães Militares da Ativa, no posto de 2º Tenente.

Art . 21 – O estágio a que se refere o art. 19 desta Lei poderá ser interrompido nos seguintes casos:

I – a pedido, mediante requerimento do interessado;

Il – no interesse do serviço;

III – por incapacidade física comprovada em inspeção de saúde; e

IV – por privação do uso da Ordem ou do exercício da atividade religiosa, pela autoridade eclesiástica da religião a que pertencer o estagiário.

CAPíTULO III

Das Disposições Finais e Transitórias

Art . 22 – Os Capelães Militares com estabilidade assegurada de acordo com o Art. 50 da Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963, serão incluídos no Quadro de Capelães Militares da Ativa, no posto atual, e terão sua antiguidade contada desde o seu ingresso no Serviço de Assistência Religiosa nas Forças Armadas.

Art . 23 – Os Capelães que atualmente servem às Forças Armadas, na qualidade de militares, poderão ser aproveitados no Quadro de Capelães Militares da Ativa, desde que satisfaçam às exigências dos incisos l II e IV do art. 18 desta Lei.

§ 1º – Os Capelães que forem aproveitados na forma deste artigo terão sua antiguidade contada desde o seu ingresso no Serviço de Assistência Religiosa nas Forças Armadas.

§ 2º – Os Capelães que não forem aproveitados de acordo com o disposto neste artigo permanecerão prestando serviço à respectiva Força Armada até o término de seu estágio de serviço, que não será renovado.

§ 3º- Terminado o estágio de serviço, os Capelães Militares de que trata o parágrafo anterior serão incluídos no Quadro de Capelães da Reserva Não-Remunerada, com o posto de Capitão-Tenente ou Capitão.

Art . 24 – Os atuais Capelães contratados da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, de conformidade com os arts. 4º e 16 da Lei nº 5.711, de 8 de outubro de 1971, poderão ser aproveitados, a critério do respectivo Ministro Militar e desde que satisfaçam às exigências previstas nos incisos I, II e IV do art. 18 desta Lei.

§ 1º – Os Capelães contratados que deixarem de ser aproveitados na forma deste artigo não terão seus contratos renovados ao término do prazo neles fixado.

§ 2º – Expirado o prazo fixado no respectivo contrato sem que tenha sido aproveitado no Quadro de Capelães Militares da Ativa, será o então titular do contrato extinto incluído no Quadro de Capelães Militares da Reserva Não-Remunerada, com o posto de Capitão-Tenente ou Capitão.

Art . 25 – Os Ministros Militares, para a constituição do Quadro de Capelães Militares da Ativa, especificarão em ato:

I – o número dos atuais Capelães Militares previstos no art. 23 desta Lei que deverão ser aproveitados no Quadro a que se refere o parágrafo único do art. 4º desta Lei;

II – o número dos atuais Capelães Civis contratados que deverão ser aproveitados no Quadro a que se refere o inciso anterior; e

III – o número dos atuais Capelães Militares que serão incluídos no Quadro referido neste artigo, de conformidade com o art. 22 desta Lei.

Art . 26 – Os Capelães Militares aos quais tenham sido concedidas, por mais de 5 (cinco) anos, consecutivos ou não, honras de posto superior ao seu, serão confirmados nesse posto, com todos os direitos, prerrogativas e deveres a ele inerentes.

§ 1º – Os Capelães Militares de que trata este artigo, se ainda na ativa, serão aproveitados no Quadro de Capelães Militares da Ativa, no posto em que forem confirmados.

§ 2º – Aplica-se o disposto no caput deste artigo aos Capelães Militares que, preenchendo as condições nele previstas, já se encontrarem na inatividade remunerada.

Art . 27 – Os Ministros Militares expedirão as instruções que se fizerem necessárias à execução desta Lei.

Art . 28 – As despesas decorrentes desta Lei serão atendidas à conta das dotações constantes do Orçamento Geral da União.

Art . 29 – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art . 30 – Revogam-se a Lei nº 5.711, de 8 de outubro de 1971, e as demais disposições em contrário.

(…)

Fonte: Portal da Casa Civil da Presidência da República (Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6923.htm – Acesso: 22.03.2015)